Revoltada com a minha rua
Não entendo, toda a gente fala em crise, mas quando é para colocar semáforos por todos os cantos há sempre algum dinheirinho. Lembraram-se de pôr semáforos por todo o lado até mesmo ao pé da minha rua…por outro lado, esqueceram-se de fazer obras na calçada que está caótica. No meu trajecto habitual até ao carro, o paralelo da rua da Igreja Velha encontra-se completamente deslocado, todos os dias enfio um pé dentro de um buraco…ando farta desta rua com piso para gente pobre.
Em fase de construção
Do outro lado da rua, lembraram-se de construir um grande prédio….numa atitude completamente desumana, os senhores magnatas compraram a quinta da senhora Maria, que passados 30 anos a viver na mesma casa, teve de se mudar e ver toda a sua vida a desmoronar em frente ao seu nariz com as malas e as panelas nas mãos ….
Já passamos pela fase da poeira, em que todos os vizinhos pareciam mais morenos, as paredes tinham um tom mais escuro, o chão da minha sala assemelhava-se ao terreno do recinto de vilar de mouros e o Tiago passava o dia a espirrar…mas que grande festival!
Neste momento em vez de vermos uma linda paisagem, as montanhas, o rio e a escolinha, passamos a ver um grupo de trolhas sem capacete pendurados sobre as gruas e os andaimes a assobiar e a mandar piropos quando saio à rua ou quando trago amigas a casa.
Por este motivo, ultimamente, a varanda tornou-se num local inacessível e a claridade deixou de entrar pela janela da nossa casa.
O lado positivo deste transtorno foi que aprendemos todos os passos que se devem seguir para construir um prédio e aguardo por novos e “bons” vizinhos do outro lado da rua.